O Coletivo Panteras Produções surgiu a partir da 6ª turma do Escola de Notícias – iniciativa social da região de Campo Limpo que busca inserir jovens no mercado de trabalho de comunicação através de tecnologias de informação – em que parte dos integrantes fizeram oficinas de Audiovisual ou Jornalismo.
Sentindo a necessidade de representação, o grupo entende que a questão racial dentro das plataformas midiáticas deve ser priorizada, pois sentem que os negros foram negligenciados e invisibilizados, até mesmo ridicularizados, afetando profundamente sua auto estima.
Assim, o coletivo entende que a imagem tem uma importância crucial no resgate da ancestralidade e, por consequência, na vida social de cada indivíduo negro da quebrada.
O objetivo do trabalho é criar espaços onde negros vejam-se e sintam-se protagonistas de suas próprias histórias.
Capão Redondo
O projeto Conexões Periféricas tem como objetivo inspirar a conexão entre empreendedores de brechós e artistas periféricos, ligando a necessidade do empreendedor de divulgar seu brechó com a de modelos e artistas periféricos de promoverem seus trabalhos.
O Coletivo Panteras Produções será um facilitador desse encontro e produzirá material de divulgação digital para cada brechó (contendo criação e consultoria para os perfis nas redes sociais, fotos para publicação, divulgação nas redes) e outro para cada artista periférico participante do projeto (contendo o ensaio fotográfico e material para portfólio).
As mídias e a publicidade, atualmente, vinculam a ideia de perfeição à magreza, cabelos lisos, pele clara e padrões que não levam em consideração a pluralidade e miscigenação da população brasileira; ainda mais distantes para moradores das regiões periféricas em cuja segregação socioespacial, forçada pela sociedade e estado, empurra-os para cada vez mais longe, não só do centro da cidade de São Paulo, mas também da aceitação estética individual e coletiva. Aliado a isso, o consumo das periferias é feito, principalmente, em grandes lojas, muitas vezes em outras regiões, e pouca atenção é dada aos estabelecimentos locais, tanto por desconhecimento do que existe como por “status”.
Tomando por exemplo a indústria têxtil, é muito comum ao público geral procurar por preços mais baratos. Necessidade prontamente atendida pelas cadeias internacionais de lojas de vestuário, que ocupam esse mercado com ética questionável e concorrência desleal. Ao explorar mão de obra em regimes análogos à escravidão dentro de suas cadeias de fornecimento, gerar enorme quantidade de resíduos prejudiciais ao meio ambiente e nem sempre descartá-los de maneira adequada. Segundo o relatório “Moda suja”, da Changing Markets Foundation e com dados do Banco Mundial, produtores de viscose e marcas da indústria têxtil são responsáveis por cerca de 20% da poluição do ar e água. Isso torna os preços dessas grandes cadeias de produção muito mais baixos e atrativos que o de qualquer produtor local, ainda mais se esse produtor for periférico. O grande capital e influência dessas lojas é acompanhado geralmente de uma publicidade invasiva e de tendências de moda cada vez mais passageira que atrai uma enorme quantidade de consumidores que deixam de lado pequenos produtores de vestuário e consequentemente deixam de movimentar a economia local, em um processo cíclico que gera ainda mais acumulo às grandes redes.
Os brechós são uma alternativa para estar na moda, economizar, ajudar a reduzir o desperdício têxtil e fazer a economia criativa local girar. Além de ser parte substancial da cultura de consumo periférica, há décadas estigmatizada e que pode ser resgatada.
As fotos que serão produzidas são de extrema importância para artistas e brechós. Os brechós encontrarão em nossos serviços uma forma de alcançar mais visibilidade e aumentar sua arrecadação.
No caso dos artistas esse material é uma forma de otimizar o seu portfólio (ele terá um material tácito de divulgação do seu trabalho, comumente exigido em produtoras de comunicação e outros ramos da arte; além de participar de uma experiência de ensaio fotográfico profissional).
O Projeto Conexões Periféricas visa assistir 7 brechós e impulsionar 23 modelos que serão selecionados virtualmente com o preenchimento de um formulário no Google Docs. O processo será dividido em 5 etapas:
Alguns critérios serão priorizados para a seleção, visando contemplar a diversidade do território:
Com os modelos selecionados, será marcado um encontro geral para explicar o projeto, alinhar expectativas, apresentar os brechós e alinhar as agendas dos participantes. No mais, os contatos se darão por telefone e Whatsapp.