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Desigualdade na Pandemia

 

A pandemia de Covid-19 que atinge o mundo todo há quase 10 meses evidenciou e até aumentou a desigualdade social.

Em meio a economia instável, empresas na corda bamba e o sofrimento da população periférica para manter as necessidades básicas, os bilionários viram seu patrimônio crescer. 

De acordo com dados do relatório “Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid-19 na América Latina e Caribe” realizado pela ONG OXFAM, 73 bilionários da região avaliada viram suas fortunas aumentarem em US$ 48,2 bilhões entre março, no início da pandemia, e junho de 2020.

A análise aponta que esse valor equivale a 33% do total de recursos previstos nos pacotes de estímulos à economia adotados por todos os países da região. Desses 73 multimilionários, 42 estão no Brasil e, juntos, viram seu patrimônio subir de US$ R$629 bilhões para cerca de  R$839,4 bilhões.

Os números apresentados pela OXFAM, com base na lista de bilionários em tempo real da Forbes, são resultado de um comparativo dos dados disponibilizados pela revista no dia 18 de março de 2020 com as de 12 de julho do mesmo ano.

Do outro lado, o desemprego cresce. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) já apontou que a pandemia deixou 41 milhões de desempregados na América Latina e Caribe. Outro dado alarmante é o do Banco Mundial que acredita que cerca de 50 milhões de latino-americanos devem cair abaixo da linha da pobreza em 2020.

No Brasil, o desemprego deu um salto de 36% no período de seis meses de pandemia. De acordo com o Pnad Covid, divulgado pelo IBGE em 1º de dezembro de 2020, o número de pessoas sem renda fixa atingiu 13,8 milhões em outubro. Em maio, quando a pesquisa começou, eram 10,1 milhões. A taxa de desemprego chegou a 14,1% enquanto no início do levantamento o índice estava em 10,7%. Dentre os fatores que mais contribuíram para a alta do desemprego está a flexibilização do isolamento. Isso porque no começo da pandemia muitos brasileiros evitaram sair de casa em busca de oportunidades de trabalho devido ao medo da doença ou por acharem que seria mais difícil encontrar um emprego em meio ao isolamento.

Nesse período houve um aumento no número de domicílios que passaram a receber o auxílio emergencial. Em maio, eram 38,7%, hoje 44,1% dos domicílios tem alguém que solicitou o auxílio, somando 29 milhões de residências.

Estes dados deixam a reflexão, sobretudo para as autoridades de economia, sobre quais medidas são necessárias e possíveis para lidar com essa desproporção social que aumenta a cada dia no Brasil.

Vamos juntos mudar essa realidade?